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cronologia de três anos da troika

6 de Abril de 2011 foi o dia em que se soube que Portugal ia recorrer a um pedido de ajuda financeira. Foram 78 mil milhões de euros, num acordo assinado a 17 de Maio – cedeu-se o que restava de autonomia. Nos últimos três anos foram muitas as medidas anunciadas, alguns recuos e muita controvérsia. O Governo ia caindo (Passos segurou-se e segurou-o) e o Tribunal Constitucional passou a ter um relevo de destaque.

Portugal tinha mesmo que pedir ajuda. Não havia dinheiro, para (quase) nada. Não havia alternativa. Podia ter sido de forma diferente, sim. Podia ter sido noutro momento, sim. Mas tinha que ser. E foi.

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Nada ficou como dantes. Pouco ficou melhor do que antes. Muito mudou (até o “ddt” caiu), ainda que fique a sensação que se perdeu uma oportunidade de ouro para mudar a sério. Ficou muito por mudar e que tinha que ter mudado.

O memorando de entendimento, uma experiência, falhou! Somos menos, estamos mais pobres, vivemos com menos mas, como se previa, o país não acabou. Ainda há Portugal e até Euro! Sim, Euro! Até quando?

Confira:

  • a austeridade durou três anos em vez de um
  • a recessão que era para ser de 4% chegou aos 8%
  • o ajustamento foi ao contrário, pela lado da receita (2/3)
  • 23 mil milhões de “cortes” só “cortaram” o défice em 9 mil milhões
  • a reforma do estado, não foi apenas, mas foi muito, cortar e despedir
  • o desemprego que não devia ter passado os 13%, passou os 17%
  • cortes drásticos e rápidos do crédito bancário fizeram colapsar milhares de empresas
  • mais de 300 mil pessoas foram embora, jovens e formadas
  • os bancos, quase todos, tiveram que ser ajudados para sobreviver
  • a recuperação fez-se pelas exportações e pelo consumo, minguou o investimento
  • Portugal regressou aos mercados. Teria regressado sem a “mãozinha” do BCE?
  • a dívida aumentou, muito…nunca foi tão grande…e é, continua a ser, lixo!
  • o perfil da economia não mudou, só encolheu
  • venderam-se grandes empresas, perderam-se competências e centros de decisão
  • menos cultura, menos investigação, menos conhecimento

Agora precisamos de Crescimento. Temos que Crescer.

É um desejo. Como e quando ninguém sabe.

E até 2035 estamos sob vigilância.

 

Em baixo, os momentos mais marcantes de Abril de 2011 a Maio de 2014 (fonte J. Negócios):

6 de Abril de 2011 - José Sócrates anuncia que Portugal vai pedir assistência financeira externa, depois de, durante a tarde, Teixeira dos Santos ter revelado, ao Negócios, que o país ia recorrer a apoio internacional.

3 de Maio de 2011 - Quase um mês depois de ter revelado ao país que Portugal ia pedir ajuda externa, José Sócrates, ao lado do silencioso ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, comunica ao País o acordo com a troika. O pacote financeiro foi fixado em 78 mil milhões de euros.

16 de Maio de 2011 - Eurogrupo aprova o programa de assistência financeira a Portugal. Teixeira dos Santos ainda era o ministro das Finanças, Jean-Claude Trichet o presidente do BCE e Olli Rehn comissário europeu para os Assuntos Económicos.

30 de Junho de 2011 - Passos Coelho anuncia, no Parlamento, a sobretaxa de IRS que vai incidir sobre o subsídio de Natal. O IVA do gás e da electricidade também sobe de 6% para 23% ainda em Setembro.

12 de Agosto de 2011 - Nas primeiras avaliações ao programa de ajustamento a troika fazia conferências. A primeira avaliação começou em Julho desse ano com Rasmus Rüffer, do Banco Central Europeu Juergen Kroeger, pela Comissão Europeia, e Poul Thomsen, pelo FMI.

13 de Outubro de 2011 - Perto do Orçamento do Estado para 2012, Passos Coelho faz outra comunicação solene ao País: os funcionários públicos iriam ficar sem subsídios durante 2012 e 2013. "Não preciso de vos dizer que vivemos momentos da maior gravidade". Foi assim que Passos Coelho começou a sua comunicação.

17 de Outubro de 2011 - Vítor Gaspar apresenta o primeiro Orçamento do Estado da "era" da troika. IRS de juros, mais-valias e dividendos passam a pagar 25%. Escalões do IVA são revistos. Eliminação de taxas especiais no IRC. IMI aumenta taxas e valor patrimonial.

5 de Julho de 2012 - Primeiro chumbo do Constitucional. O PS (Isabel Moreira e Vitalino Canas) apresentou, em Janeiro, o pedido de fiscalização da suspensão do pagamento dos subsídios aos pensionistas e funcionários públicos. O corte dos subsídios é inconstitucional, mas a medida poderá ser aplicada em 2012. Em 2013 Governo tentou implementar uma medida semelhante que foi vetada pelos juízes.

7 de Setembro de 2012 - Passos Coelho anuncia ao país um aumento da taxa social única (TSU) de 11% para 18%, uma medida que gerou muita polémica e que acabou por não sair do papel.

15 de Setembro de 2012 - O anúncio de subida da TSU provocou uma onda de protestos e deu origem a uma manifestação espontânea, não tendo sido convocada por qualquer sindicato ou força política, que encheu as ruas de muitas cidades no país.

3 de Outubro de 2012- Um "enorme aumento de impostos", foi assim que Vítor Gaspar apresentou o Orçamento do Estado para 2013. O número de escalões de IRS encolheu, as taxas aumentaram, as deduções à colecta continuaram a ser cortadas e a sobretaxa de IRS foi repescada.

23 de Janeiro de 2013 - Portugal vai ao mercado com bengala. Faz a primeira emissão de longo prazo (cinco anos) de dívida pública, desde o início do programa de ajustamento, mas com recurso a sindicato bancário. A operação foi apresentada por Maria Luís Albuquerque, ainda secretária de Estado do Tesouro

15 de Março de 2013 - 7ª avaliação da troika, a mais difícil. Foram três meses e meio de negociações, um período bastante mais prolongado do que o normal e que provocou inclusivamente o adiamento da oitava avaliação.

12/4/2013 - Eurogrupo dá mais tempo a Portugal e à Irlanda para reembolsarem os empréstimos concedidos no âmbito dos programas de resgate. Mais sete anos foi o tempo conquistado pelos dois países.

3 de Maio de 2013 - Passos Coelho faz uma comunicação ao País com novas medidas de austeridade, entre as quais a convergência das pensões da Caixa Geral de Aposentações com as da Segurança Social.

1 de Julho de 2013 - Vítor Gaspar apresenta a demissão. Maria Luís Albuquerque substitui-o e toma posse no dia seguinte. A tomada de posse decorre com Paulo Portas demissionário.

6 de Julho - Paulo Portas apresentou a demissão “irrevogável” no dia 2 de Julho, não aceite por Passos Coelho. Os dois partidos fizeram uma série de reuniões para tentar um acordo que mantivesse o Governo. Passos Coelho e Paulo Portas comunicam no dia 6 o acordo. Paulo Portas torna-se vice-primeiro-ministro.

10 de Julho de 2013 - Depois de sanada a crise política, Cavaco Silva ouviu partidos e parceiros sociais e comunicou ao País a sua solução a 10 de Julho: quer um acordo de "salvação nacional", que inclua o PS. E abre a porta a eleições antecipadas. O que acabou por não acontecer.

29 de Agosto de 2013 - Tribunal Constitucional trava despedimentos na Função Pública, bem como o novo regime de "requalificação". O facto de o diploma prever o envio para a mobilidade especial no caso de cortes orçamentais no serviço também é considerado inconstitucional, por violação da garantia da segurança no emprego.

14 de Outubro de 2013 - Paulo Nuncio anuncia em conferência de imprensa a descida do IRC

23 de Abril de 2014 - Foi o teste derradeiro. Portugal emitiu obrigações, na primeira emissão de dívida a 10 anos não sindicada. A procura foi 3,5 vezes superior à oferta e a taxa ficou nos 3,592%, a mais baixa desde 2005.

4 de Maio de 2014 - "É a escolha certa na altura certa", afirmou o primeiro-ministro na declaração ao país em que revelou que Portugal ia sair do programa de ajustamento sem qualquer tipo de apoio. Dia 17 de Maio marca o fim do programa.

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publicado às 19:11

15 nomes de 2014

02.01.15

2014 chegou ao fim. Aliás, 2014, parece o ano do Fim. O que inquieta e que não se vê qualquer Começo que clame pela nossa atenção, pelo nosso interesse.   

Nem balanços, nem inventários. O que se segue são 15 nomes dos dias 2014, para memória futura dos dias que se seguem. 

 

Alemanha - É o nome de um país de gente forte, grande, competente e implacável que gera admiração e susto. Até no futebol. Ganharam o campeonato do mundo e assinaram a maior humilhação calçada de chuteiras: 7-1 ao Brasil e no Brasil. Impressionante, para sempre.

Benfica - É o nome do clube nacional que recuperou a magia das vitórias de outros tempos. O peculiar Jorge Jesus comandou o Benfica nas vitórias do Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e Supertaça em futebol. Só faltou a Liga Europa, perdida nas grandes penalidades.

BES - É a sigla de um nome: Banco Espírito Santo. Nasceu na Monarquia, cresceu com a Ditadura, sobreviveu à Revolução e morreu em Democracia, 150 anos depois, a 3 de Agosto. E assim deixou de ser o banco de todos os regimes. O fim de um império, que não pará de gerar queixas e processos judiciais. O colapso de um regime e...da PT. Que estrondo.

Carlos do Carmo - É o nome maior da música de Portugal, o fado, e depois de 50 anos a cantar, A (nossa) Voz recebeu um grammy de "Lifetime Achievement". Nunca tinha acontecido. Merecido. Obrigado.

Citius - É o nome do sítio onde está escrita toda a nossa justiça. A anunciada "revolução" da justiça parou o Citius, e sem justiça não há nada. Uma confusão, um desastre, só equivalentes ao que se (voltou) a passar com a caótica colocação de professores.  

Ébola - É o nome do vírus da epidemia de febre hemorrágica que de África alastrou para o mundo e nos voltou a lembrar que, apesar de tanta evolução e tanto aparato tecnológico, a nossa fragilidade é e continua imensa. Em Portugal a Legionela fez de Ébola.

Eusébio - É o nome de um jogador maior de futebol que nos deixou no início do ano, numa partida que comoveu o país e que obrigou o jornal Público a escrever que "Eusébio nunca será suplente na equipa dos melhores de sempre". O Adeus de um Rei. Emocionante.     

Fosun Gold – É um nome que resulta de uma "montagem Chinesa". Fosun é um dos nomes dos negócios da China em Portugal. O capital não tem pátria, nem fala línguas. Quem não tem dinheiro, vende-se. Da China, chega quem pode comprar…energia, seguros, e…Novo Banco? Gold é o nome dos Vistos de mais um "negócio da China" de Tugas e também com chineses. Foram detidos o director do SEF, o presidente do Instituto dos Registos e Notariado e o ministro da administração interna; Miguel Macedo, demitiu-se. Nunca um processo de suspeitas de corrupção tinha chegado tão alto no aparelho do Estado. De olhos em bico, Só Visto(s). 

Islâmico – É o nome de um autodenominado estado (daesh, em árabe) , mais rico, mais influente e mais cruel que Al-Qaeda de Bin Laden. O Ocidente chocou-se com o terror: execuções colectivas, apedrejamentos, crucificações e decapitações, tudo filmado e exibido no youtube pelos jiadistas…que contam nas suas fileiras com milhares de jovens ocidentais, entre os quais, alguns portugueses. Uma brutalidade sem limites. 

Porto. – É o nome da marca em tons de azul e branco de uma cidade bonita à beira-mar. A Europa e o Mundo, com a ajuda decisiva da Ryanair, descobriram o Porto, que ganhou qualidade de oferta, modernidade, urbanidade e cosmopolitismo. E onde tudo é incrivelmente perto e muito mais barato do que em outro destino top da europa. O vinho do Porto também ajudou com a Wine Spectator ao eleger o Dow´s vintage como o melhor vinho do mundo. O Porto marcou o ano do turismo em Portugal. Ponto. 

Ricardo Salgado – É o nome do último banqueiro e fica para história como o Espírito Santo que protagonizou o colapso do grupo familiar. Negou culpas, distribuiu responsabilidades, passou de suspeito a arguido e pagou 3 milhões de euros para ficar em liberdade. O ex-DDT (dono disto tudo) foi eleito pela BBC como o pior CEO do ano de todo o mundo. 

Ronaldo – É o nome de uma estrela mundial, galáctica. O melhor jogador de futebol português é o melhor do mundo. Símbolo maior do Real Madrid, passou o ano a marcar golos, a ganhar troféus e competições e a bater recordes. Incansável, insaciável, tanto que nem parece lusitano. No final do ano, e ainda antes dos 30 anos, foi à Madeira inaugurar uma estátua. A sua. 

Sócrates – É o nome do primeiro ex-primeiro-ministro detido em Portugal. É o nome do preso, que parece andar à solta. 21 de Novembro, meia-noite: o aeroporto de Lisboa era o palco da detenção mais bombástica que este país já viveu. Corrupção, tráfico de influências, branqueamento de capitais e…milhões de euros, são as suspeitas sobre um homem que desperta como ninguém amor e ódio e dá (mais um) trabalho ao juíz mais conhecido em Portugal: Carlos Alexandre. Sócrates não sai dos jornais e das TVs e colocou Évora no mapa de todos os nossos dias. É lá que está preso. Com o número 44. 

Troika – É o nome daqueles que foram embora em Maio, a 17. A saída de Portugal foi mais ou menos, dado que voltarão regularmente, mas o programa de ajustamento acabou. Passaram três anos e mudou-se “o gastei isto” para “o poupei isto”. Não se ganhou a independência, porque um país endividado está sempre dependente e enTroikado. 

Vladimir Putin – É o nome do novo czar dos russos, que suplantou outros nomes como o do super-papa Francisco – que ajudou Obama a fazer as pazes históricas com Cuba - Dilma, Junker, Malala ou Pablo Iglesias do Podemos. Putin anexou a Crimeia, apoiou os separatistas ucranianos, desafiou a Europa e os EUA e fez ressurgir a guerra fria, agora sem Muro de Berlim. Sanções, fortunas bloqueadas, rublo desfeito, não o assustaram, mas parece evidenciar medo com o preço do petróleo, que está em queda livre – quem diria!?

 

15. 2015. Um ano, de novo.

     

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publicado às 19:59

Durante o fim de semana deu-se o milagre.

Domingo à noite, pertinho das 23h, sim, já eram quase 11 da noite!!!

Um Senhor, Carlos Costa, de cabelos brancos, com ar de cansado, voz tropeçante, deu a conhecer o banco bom (NOVO BANCO), o banco mau (BES) e até o vilão (quem?).

Assim, num instantinho!

 

Um banco novo;

Um presidente, Vitor Bento, que era presidente do banco que agora é nome do banco mau e que agora é presidente do banco bom;

E dinheiro. Dinheiro de um fundo, detido por todos os bancos nacionais, que resolve e se chama Resolução, como não podia deixar de ser, e dinheiro, muito dinheiro, da linha da Troika, que "só" vai custar 2,95%.... 

 

O Banco de Portugal partiu o BES em dois.

De um lado ficou um banco com os activos de qualidade e que terá um imaginativo (e transitório?) nome de NOVO BANCO. O outro banco será um "bad bank" que vai agregar todos os activos tóxicos do antigo BES, tais como os créditos concedidos às holdings da família Espírito Santo.

É uma solução engenhosa porque protege os clientes e depositantes do banco e porque separa o risco soberano do risco bancário. Mas é uma solução injustamente dolorosa porque aplica o mesmo castigo (perda total de património) à família, aos grandes e aos pequenos accionistas, muitos deles pequenos aforradores, clientes ou trabalhadores do banco. Ser pequeno accionista em Portugal é....

Na banca Tudo É Possível.

 

A solução, apesar de tudo, parece a menos má e o BES era tão grande que tinha que ter solução.

 

7 questões, 7 e qualquer coisa, para o tempo responder:

  • como se justifica que ninguém do governo tenha dito uma palavra e tenha sido o Banco de Portugal a anunciar um empréstimo feito pelo Estado? E o anúncio tinha que ser como foi, tipo América Latina e de fazer inveja a Chávez?
  • se tudo indica que há fraude, até Carlos Costa o "disse", como é que ainda ninguém foi detido?
  • os bancos que se responsabilizam pelo empréstimo da troika ao Fundo de Resolução não exigem uma garantia do Estado?
  • os credores que foram exilados no “banco mau”, mas que fizeram operações com o BES, vão aceitar agora perder o seu dinheiro sem levarem a tribunal o Estado ou o NOVO BANCO? E os pequenos accionistas?
  • o estado vai emprestar dinheiro a um Fundo que não tem recursos próprios e não tem uma palavra a dizer sobre a condução e estratégia das operações financeiras?
  • alguém acredita que tudo fica na mesma e que não vai haver despedimentos?
  • e se ninguém comprar o NOVO BANCO, quem vai pagar a conta?

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publicado às 22:02

Está feito!?

01.02.14

Está feito!

Os "Troikos" podem ir embora, ainda que com cautela...

 

Está feito!

Portugal, público e privado, empobreceu. Ganhamos menos. Gastamos menos. Somos menos. 

Trabalhamos mais. Portugal é o quarto país que mais horas trabalha na União Europeia, e em 2012 a nossa hora de trabalho custou €12,1, valor que compara com o custo médio da zona euro de €27,6...menos de metade!!! 

Pobrezinhos e honradinhos. Como deve ser.

 

Está feito!

A dívida pública, que tinha fatia gorda em mãos estrangeiras, agora está quase toda em "mãos nacionais"!

Foi importada. E não importa que esta importação não seja contada quando se contam as importações...em queda!

 

Está feito!

O PIB já cresce! O desemprego baixa! As exportações brilham!

Até o défice, que continua défice, já nem chega aos 5%...

 

Está feito!

E Portas, sim Portas, sim, custa até a acreditar que é o mesmo Portas do "irrevogável", que agora anuncia de tribuna e em tribuna que...

"Portugal is back"!

Assim mesmo, em Inglês, não vá o mundo não perceber...

Portas, tal como Portugal, conseguiu. Chegou a primeiro-ministro. A vice.

 

Está feito!

Com baixas. São assim as guerras. Nunca regressam todos. 

Com mais ou menos, com melhor ou pior austeridade, tinha que ser feito, quando se tem uma dívida tão grande e não se gera riqueza.

 

Está feito!

E está (quase) tudo na mesma.

Os ricos estão na mesma mais ricos. Os pobres estão na mesma. E quem pagou foi a mesma, a classe média.

O estado está no mesmo estado, sem reforma.

 

Está feito!

Mas a dívida não ficou na mesma: cresceu. E bem. E muito: €84,3 mil milhões, em quatro anos.

Em Dezembro de 2009 a dívida, sem sector financeiro, era de €658,9 mil milhões (391% do PIB) e agora são €743,3 mil milhões (449,5% do PIB).

A administração pública aumentou dívida, as empresas públicas não incluídas aumentaram dívida, as empresas privadas aumentaram dívida, só os particulares, sim as famílias, reduziram dívida.

É uma dívida que brilha...e que gerou o maior retorno do mundo, em Janeiro.

 

Está feito???

Ou estamos feitos?

Temos que nos livrar do peso da dívida...para sair do fundo.

Não há um fundo para guardar a nossa dívida?

Com esta dívida não é possível crescer, não é possível viver....

Com esta dívida, não há dúvida, que não vamos a lado algum.

E até se "arrumar" a dívida, o melhor é a Troika também não ir...o que resolve, por antecipação, o problema de ter que voltar!

 

 

Fontes: Expresso e Jornal de Negócios.

    

 

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publicado às 23:07

2013

30.12.13

Em 8 de Janeiro de 2013, foi aqui escrito o que segue:

 «2013 é o ano do tudo!

Tudo pode acontecer. Tudo temos que fazer. Tudo devemos dar, tudo, do todo que é cada um de Nós.

Para tudo temos que estar preparados!

Que seja o ano do Tudo que queremos!»

 

Não foi, não foi o ano do Tudo. Definitivamente. Aliás, fica até a sensação que faltou qualquer coisa, não importa se boa se má, mas faltou! 

Foi um ano muito difícil, duro e triste, para (quase) todos, em Portugal.

Foi um ano estranho! Já lhe chamaram «Ano improvável».

 

A seguir, partilhamos alguns olhares do ano de 2013 para memória futura:

 

- Figura Internacional: Papa Francisco (Jorge Bergoglio).

No mundo de hoje, acelerado, fragmentado, instantâneo, um homem  que fez "uma revolução" para melhor. Francisco é hoje no mundo "uma unanimidade", algo que parecia impossível dizer de um homem, de um homem da Igreja. E não tem receio de sorrir.

 

 

- Palavra do ano: Irrevogável. Autor: Paulo Portas. (Irrevogável? Não era...)

 

- Figura Nacional (a trabalhar lá fora): Cristiano Ronaldo. Mesmo que não ganhe a «A Bola de Ouro», o ano foi de ouro para o Português mais famoso de sempre em todo o mundo. E "obrigou" Portugal a voar para o mundial do Brasil em 2014. Vale milhões.

 

- Figuras Nacionais (a trabalhar cá dentro): O Empreendedor e o Empregado. Coragem, Loucura, Resiliência e Paixão...pelo que se faz e pelo País.

 

- Figuras Regionais do ano: Rui Moreira (Norte, Porto) e José Carlos Alexandrino (Beira Interior, Oliveira do Hospital) 

 

- Acontecimento Internacional (a ver daqui): Moçambique voltou aos tiros, aos raptos, à guerrilha. Um dos países mais pobres do mundo, pegou logo nas armas quando lhe disseram que lá longe, pode, afinal, vir a ser rico. E muitos Portugueses pegam na mala para vir embora... 

 

- O mentiroso do ano: Lance Armstrong. Sete Tours. Sete vitórias. Sete vezes dopado. A mentira chocante, revelada na 1ª pessoa no show de Ophra. 

 

- Acontecimento Nacional: Emigração. Saíram mais do que nasceram, como nunca tinha acontecido. Saíram tantos como os tantos de outros tempos maus. Saíram novos e cheios de saber, o que também nunca tinha acontecido. Se aqui não é possível sonhar.... 

 

- .................... : Tribunal Constitucional.

 

- Negócios do ano: PT/OI e ZON/OPTIMUS. Num ano em que Portugal continuou a ser "vendido" a preço de saldo, acontecem fusões de milhões a falar português no topo da lista mundial, onde se encontram outros nomes como Microsoft/Nokia e outros nomes...de Angola.

 

- Empresa do ano: MOTA-ENGIL. Em mais um annus horribilis para a construção nacional, chega a ser de fina ironia que seja uma empresa do sector a brilhar! África (Internacionalização), Resultados, Bolsa de Londres - Um feito! E Mota ainda levou para casa o prémio da Exame "Excelência na Liderança"...   

 

- O problema dos anos passados, deste ano, do próximo ano e dos anos seguintes: A Dívida.

 

- O FIM do ano: Nelson Mandela.

Talvez tenha partido o melhor de todos Nós.

 

- Música: muitas para ouvir no Spotify. Para ouvir a toda hora, em todo lado em tudo que é gadget. Faz de cassete, de disco, de cd, de pen...e de Rádio. Na rede e em rede.

(falta um Livro e um Filme: a cultura sofreu muito em 2013!...)

 

- O "media" do ano: Expresso. 40 anos de vida assinalados de forma brilhante, cuidada e profissional em registo omnicanal e muito digital.

 

- O "opinion maker" do ano: Pedro Santos Guerreiro.

 

- O nome nacional mais googlado: Erica Fontes, actriz porno.

 

- A gaffe do ano: a Selfie de Helle (Dinamarca), Obama (EUA) e Cameron (Inglaterra) no funeral de Mandela.

 

- Mais olhares: falar de insolvência sem sobressalto; ver o desemprego como sendo "natural"; a austeridade como modo de vida; tudo low cost, com (grande desconto) ou mesmo grátis...se for na net; a Troika e a perda de soberania... para os Mercados e para a Alemanha; a recessão que partiu e o crescimento que não chegou, nunca (mais) chega!;a resignação à vidinha com ou mais ou menos Relvas, Gaspar e/ou direitos adquiridos; mais vazio, mais pobre, mais velho...e mais e mais cortes e impostos.

E um derradeiro olhar, tão verdadeiro como cruel: Portugal não tem dinheiro.

2013 está visto.  

 

(Olhares de 2013, divulgados parcialmente em ca§h resto z€ro/rádio, segunda-feira 30 de Dezembro, em Rádio Boa Nova FM 100.2 e radioboanova.com)

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publicado às 01:53

esirc!

24.10.13

Já não suporto ouvir, ler ou escrever a palavra crise. Mas a crise afecta todos e tudo. E para quem escreve, a inspiração é tudo.

Agarrei-me ao anagrama da palavra para a escrever aí em cima, assim, como está.

Bem-feita. Se a crise nos está a virar a vida do avesso também nós a podemos escrever ao contrário.

E hoje vou escrever muito ao contrário. Ao contrário do que (quase) toda gente diz, pensa e concorda.

Preparados? Vamos a isto.

 

1-      Portugal nunca devia ter deixado entrar a Troika.

Em Espanha não entrou. Só uma política desvairada do PS, de Sócrates, e um desejo desvairado pelo poder do PSD, de Passos, nos enTroikou o destino.

Todos sentimos falta de ter Pátria. E saudade.

 

2-      O Euro dos grandes não pode ser igual ao Euro dos pequenos.

Sair do Euro é um salto para o desconhecido que pode acabar mal. É melhor não tentar. Mas para um pequeno competir com um grande tem que se encontrar um “handicap”, caso contrário e ao contrário do que devia ser, ganham sempre os mesmos, ou ganha sempre o mesmo- o que ainda é mais grave. E assim o jogo perde a graça e não tem piada nenhuma.

 

3-      A dívida mata!

Não há austeridade que pague dívidas. O país não tem recursos nem meios para crescer 4%, ou mais, para conseguir pagar o que deve. Ou se apaga parte da dívida do lado do deve e do haver; ou se empurra uma parte da dívida lá para a frente, mas muito lá para a frente, de modo a que nenhum de nós a volte a ver; ou nunca mais saímos disto: falidos para sempre.

 

4-      O défice também mata!

Em democracia, o estado Português nunca foi capaz de fechar um ano com as contas sem défice!!! Assim não dá.

Viver sem défice é reduzir despesa ao estado. Reduzir despesa ao estado é despedir funcionários públicos (que duplicaram em cada década e meia após Abril de 74), baixar salários, cortar subsídios e pensões. E só assim é possível pagar menos impostos.

Públicos e Privados: todos diferentes, todos iguais.

 

5-      Sem mercado interno não há mercado externo que nos valha.

Sim, temos que exportar para ali e acoli. Sem vender aqui, poucos ou nenhuns terão condições para conseguirem que os seus produtos e serviços se vendam longe daqui.       

 

6-      Portugal está a ficar velho e…burro!

Portugal envelheceu muito nos últimos vinte anos. Portugal tem cada vez menos jovens: nascem cada vez menos e dos que nascem muitos vão embora. A emigração está a levar os nossos melhores, os que estudaram. E dos que cá ficam, são agora menos aqueles que em idade de estudar dão continuidade aos estudos.

Hoje a competição é para cavalos! Com burros não vamos lá!

 

Maldita sejas, esirc!   

 

ps.: como aqui se antecipou por escrito, José Carlos Alexandrino ganhou as eleições autárquicas e com maioria. Mas a vitória foi tão grande que, qual sortilégio do diabo, Alexandrino tem pela frente o grande desafio da sua vida: saber ser (tanto) poder.    

 

(publicado no jornal Folha do Centro, terça-feira, 22 de Outubro de 2013)

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publicado às 22:00

Duas belas canetas, esculpidas zelosamente pelo tempo, fazem magia a escrever sobre o que todos já disseram ou como dos seus olhos saem sábias e bem encadeadas palavras sobre o que se vê e como o sentem.

Ontem, Vasco Pulido valente, no Público, era sublime, assim:

 

«Foi preciso o acto destemido e original do sr. Presidente da República (decerto encorajado por sua mulher), desprezando a hierarquia do céu, para que Nossa Senhora, a intercessora máxima junto do Altíssimo, resolvesse conceder à Troika e ao governo a "inspiração" para se entenderem e ao CDS a humildade e a paciência para se pôr lado.

O dr. Cavaco, como devia, agradeceu em público esta divina benesse, que Portugal inteiro espera que não pare de se renovar. E, de caminho, o dr. Cavaco descobriu uma nova fonte de influência, que é hoje muito necessária. Dois dias depois, já invocava S. Jorge em prol da Pátria, apesar de esse S. Jorge, bispo de Alexandria, ser também o patrono da Inglaterra e um homem excessivamente zeloso que provocou uma guerra civil local. De qualquer maneira, demonstrada a incapacidade desta República laica e, se calhar, ateia para se governar, o acesso do dr. Cavaco ao Omnipotente é sem sempre de dúvida uma garantia de ventura e paz.»  

 

Ontem, Baptista-Bastos, no Jornal de Negócios (W), escrevia de forma simplesmente superior sobre «As simples coisas da vida», assim:

 

«Mas sabe-se: no futebol, como na política, e se se quiser, por extensão, na vida, nem sempre os melhores são os que ganham. O caso Português pode servir de exemplo. Nem a Senhora de Fátima nos livrou da maldição de Gutmann... (....) Segundo a abalizada opinião do casal Cavaco, deu um jeito santificado na avaliação da Troika. De resto, tem feito o que pode. Pode é pouco... (...) Não dá para rir. O País é o que é, e a mediocridade encontra sempre respaldo, quando o racional não encontra pela frente, como resposta, a razão das coisas. Não há bruxas, mas sucedem imprevistos, nascidos desta espécie de moral e desta classe de crença, que deixa alguns de nós completamente estupefactos.»

 

Dois pedaços de escrita para guardar, sobre a vidinha de um País em situação absolutamente desesperada, e que em tal estado nos dispenda de falar de Fado.

 

 

 

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publicado às 18:11

"É um comentário impróprio de um Presidente da República e um insulto à inteligência dos portugueses... mesmo dos que são crentes!"

Vitor Manuel Carola - Público - 15 de Maio de 2013

 

Este comentário, talvez o melhor dos milhares que foram feitos em tudo que é sítio, diz tudo, sem ser malcriado.

Ainda que por uma só vez, permito-me cair no verbo fácil do povo e desabafar: - O Presidente de Portugal não está bem!

A seguir à foto lê-se o que foi dito. Lê-se e não se acredita, nem quando o acreditar é uma questão de fé. 

 

 

 

O Presidente da República, Cavaco Silva, realçou os efeitos positivos da aprovação, por parte da troika,  da sétima avaliação do programa de ajustamento português.

“Foi tomada uma decisão muito importante para o nosso futuro: colocámos atrás das costas a sétima avaliação”, realçou Cavaco Silva. 

“Penso que foi uma inspiração da nossa Senhora de Fátima”, acrescentou.

 

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publicado às 23:56

Depois do mau tempo do chumbo do Tribunal Constitucional:

 

Fez bem o primeiro ministro ao não demitir-se, ao dizer que não aumenta mais os impostos, ao anunciar que é preciso reduzir a despesa.

 

Fez bem o ministro das finanças ao fazer um despacho que suspende a execução de qualquer compromisso de despesa e assim fazer stop ao adquirido, antes dos ajustamentos que somos obrigados a fazer.

 

Fez bem o Eurogrupo ao dar mais tempo a Portugal para pagar....

 

Fez bem Seguro ao deixar de falar de eleições.

 

Fez bem Relvas ao decidir ir embora. 

 

Fez bem a Troika ao ter decidido que vai regressar a Portugal.

 

Fez bem Morais Sarmento ao perguntar esta semana na Assembleia da República:

- Qual é a parte da frase «não há dinheiro» que não entende?

 

Como bem disse Hélia Correia, a vencedora do Correntes D´Escritas e autora da «Terceira Miséria»: «Não é época para poetas».

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publicado às 21:24

Nunca escrevi assim um título. São duas citações de outrem. É um título roubado. Sem dúvida.

«O maior desapontamento», foi a expressão da confissão do Ministro das Finanças, Vitor Gaspar, quando se referia ao desemprego que está a atingir mais de um milhão de pessoas.

«Para quê?», foi a interrogação triste, algo resignada, de uma senhora anónima para o senhor do café onde comprava pão, num entretanto de troca de «bitaites» sobre «esta desgraça» de um país que está desgraçado. (o crédito mal parado da banca subiu, num ano,  de

 4,56% para 6,29%)

 

Há instantes compostos pelo som de palavras que nos agarram e nos vestem a todos de igual! 

De nada nos serve o que sabemos, o que estudamos, o que lemos, o que pensamos, o que acreditamos. Aqui estamos todos, sob o «desapontamento» que faz eco no «para quê?» 

 

Os números, outra vez, frios como sempre, claros como nunca:

- Um desemprego de 18,2% para 2013, quando a Troika nos dizia em 2011 que em 2013 seria de 12,4%?!!!!????

O desemprego dos jovens ronda os 40%!!!! Quarenta por cento!!!!

- O défice, afinal, em 2012, foi 6,6%...ligeiramente inferior ao défice de 2011!!!!!!

Perante tal descalabro a Alemanha não se inibiu, esta semana, de falar em défice zero para 2015!...como? À custa de quê e de quem?  

- A dívida pública subiu para quase 121% da riqueza que geramos!!!!

Um páis falido, destruído, vazio, triste, sujeito a tanta austeridade e tanto imposto (e tanta miséria), para obter como resultado um desemprego record, um défice monstruoso e uma dívida que, simplesmente, é impossível de se pagar.

 

E como confiar nesta gente (Troika e Governo) que muda os números todos em tres meses, sim, em três meses!!!!

Vejamos exemplos do que mudou nas previsões para 2013, entre Dezembro de 2012 e Março de 2013 (6ª e 7ª avaliação da Troika):

- PIB: de -1% para - 2,3%

- Investimento: de -5,5% para -7,6%

- Desemprego: de 16,4% para 18,2%

- Dívida pública: de 122,2% para 123,7% do PIB.

Como é possível errar tanto e em tão pouco tempo? Como pode esta gente, perante este cenário apocalítico, encher a boca de intenções com o desejado "crescimento económico"?

 

A palavra escrita é a pedra amarrada ao pé que num ápice nos pode levar para o fundo, mas volto a escrever o que já escrevi há três anos:

- A dívida Portuguesa não tém solução: ou é objecto de perdão ou se empurra para uma distância a perder de vista....

- Sair do Euro poderá ser uma tragédia. Estar no Euro também.

- Perdeu-se uma geração (ainda «que se tenham salvo os bancos», como disse Martin Schulz).

- Ninguém, ninguém mesmo, sabe como tirar o País ( e a Europa ) do buraco negro onde está.

 

Aqui chegados, tristes com o «desapontamento», indignados e resignados no «Para quê?», somos assolados pela revolta:

«Como foi possível "isto" nos ter acontecido?»

«Quem nos fez "isto?"» 

    

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publicado às 18:20


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