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Ai o cartaz!
- Tudo por Oliveira, Cristina?
Não o fez. Não se faz.
(Cristina perdeu. Aguentou-se uns dias. Desapareceu.
Cristina perdeu. Pouco tempo depois partiu. Não cumpriu.
Ainda 2015 começava e Cristina Oliveira anunciou que se ia ausentar. O bilhete era de ida e volta. Não voltou.
Em 2013, na noite da dolorosa derrota, Cristina, a única eleita do PSD e da oposição, prometeu cumprir o mandato até ao fim, mas o fim da Cristina foi muito antes do fim do mandato.)
- Tudo por Oliveira, Cristina?
Tudo? Que tudo era esse que o vento num instante levou?
(Cristina, com quem conversei em público e em privado, é uma mulher culta, bem formada, com pensamento estruturado e bem reputada no que faz no Ministério da Educação.
Como é que uma mulher assim se perdeu no meio de tudo e deixou tudo de Oliveira? Cristina tirou-se de Oliveira, tirou Oliveira de si própria, exceto ao assinar: Oliveira está-lhe no nome!
Era fácil gostar de Cristina. Eu gostei. Mulher bonita, com saber estar, vincada, com ar distinto: ainda que sendo da gente parecia ser diferente. Não o foi.)
- Tudo por Oliveira, Cristina?
Era só dar tudo, Cristina. E estava tudo bem, a fazer o mandato todo. Na oposição, com o coração…por Oliveira.
Ao ter ido, ao ter partido, ao ter fugido, perdemos todos. O Concelho, o PSD, os que querem na política acreditar, os que em Si foram votar.
- Tudo por Oliveira, Cristina?
Só no cartaz.
Vitor Neves
(publicado no jornal Folha do Centro, 6 de Julho de 2017)
O Poder não mata. Desgasta.
Alexandrino, o Presidente, sabe? Sabe. Mas não quer saber.
O PS sabe? Sabe. Mas não há nada a fazer.
O Homem que está no Poder em Oliveira do Hospital há quase 8 anos, gosta de mostrar que é independente, do PS e da política. E nestes dias de (pré) campanha, falta-lhe manha. José Carlos Alexandrino não é assim.
O também Homem forte da CIM, gosta de fasquias altas, de riscos grandes, de desafios disputados, de impossíveis pouco avisados. Não faltam exemplos: a Estrada, os Médicos, a ESTGOH…e agora a (re)Eleição. José Carlos Alexandrino é assim.
Alexandrino quer ganhar e já disse como quer ganhar: com mais votos do que da última vez, isto é, com um novo “record” de votos. Mais de 8 379 votos… e talvez até sonhe com um 7-0!
O atual Presidente podia não o dizer, ou não o dizer como o diz, mas disse, mas diz.
As eleições autárquicas em Portugal americanizaram-se. O partido conta pouco e as equipas pouco contam. O candidato a Presidente é a cara e o nome da candidatura. Está no cartaz. Está em cartaz.
Em Outubro, Alexandrino tem tudo para ganhar. E muito para perder.
Pode perder votos.
Pode perder mandatos.
Pode perder-se, se perder a maioria!
E qual a razão para tanto poder perder? O usufruto do Poder.
Todos os candidatos da Oposição vão ter muito para dizer sobre como Alexandrino usou o Poder. Ainda “a coisa” está a começar e já se percebeu que os adversários não vão ser nada dóceis, nada.
Bem vistas as coisas, Albuquerque e Alves, pouco ou nada podem perder. Ganhar para Eles pode ser perder por pouco ou, pelo menos, por menos. Não foram Poder e sempre podem reivindicar o estatuto que a dúvida confere: com Eles no Poder é que era Fazer.
Alexandrino tem sido protagonista de um discurso pouco político, talvez demasiado autêntico, talvez um bocadinho ingénuo, talvez demasiado emocional. Alexandrino não tem escola de “jota”, o que se nota.
E ainda falta aqui um “como se sabe”. Sim, como se sabe, o usufruto do Poder também ajuda muito a preguiça da democracia, a abstenção: O Homem vai ganhar. Nem é preciso ir votar. E assim se podem perder votos…
Alexandrino podia ter dito que ganhar é ter mais um voto que o adversário, ou qualquer coisa neste registo! Mas, não! Ele quer isto assim, com sal, com provocação, com emoção. E haja coração.
Uma certeza Alexandrino já deve ter: a campanha vai doer.
Vitor Neves
(publicado no jornal Folha do Centro, 6 de Junho de 2017)
Vamos deixar de lado a embrulhada democrática em que Portugal está metido, o politicamente correcto que diz que "as legislativas são diferentes das autárquicas" e o CDS-PP que, se o como sempre continuar, não vencerá eleições nacionais nem locais.
Vamos olhar para Aqui e para o PSD Daqui, de Oliveira do Hospital.
O PSD ganhou as legislativas de 2011, com o PS já a tomar conta do poder local, e ganhou as legislativas de 2015 após o PS ter esmagado o PSD nas eleições locais, apenas permitindo que este se sente no executivo do município numa só cadeira.
Em 40 anos de eleições parece evidente que Oliveira do Hospital é laranja, aliás em tempos até se dizia que fazia parte do cavaquistão!
Num contexto político extraordinariamente exigente - nunca um governo tirou tanto dinheiro a cada português - e após anos de pancada do actual executivo municipal no governo central, a Coligação ganhou em 14(!!!) das 16 freguesias do concelho. Com menos votos do que em 2011, mas ganhou…com mais de 5 mil votos.
Ora, esta votação foi uma estalada - PAF! - sem dó nem piedade, naqueles que têm dirigido o PSD local:
PAF! - Deve ter doído, ainda dói, vai continuar a doer.
Como é possível o PSD ganhar duas legislativas em Oliveira do Hospital, no actual contexto político e económico, e, no entretanto, o PSD local sofrer a maior e mais humilhante derrota de sempre nas autárquicas?
Pode existir muita razão, justificação e causa, mas é preciso que os dirigentes laranja locais vão até ao espelho perguntar:
- Diz-me espelho meu, será que o culpado sou eu?
Do outro lado do espelho deve estar José Carlos Alexandrino, a sorrir: o PS com ele ganhou à primeira e “goleou” à segunda, num território pouco dado a votar à esquerda, mesmo que em tons rosa. Ganhou como nunca ninguém ganhou e, dificilmente, o PS, sem Ele, se e quando voltar a ganhar, ganhará assim.
PAF, PAF. No PSD e no PS. Assim bate o "independente" Alexandrino- sem luva branca.
(publicado no jornal Folha do Centro, 13 de Outubro 2015)
Domingo, dia 29, depois dos votos contados, José Carlos Alexandrino vai fazer mais uma festa, a da vitória!
Escrever uma opinião é um risco. Escrever uma previsão é o risco. Arrisco.
Os especialistas dizem que no jogo eleitoral autárquico os adversários do candidato- Presidente em exercício nunca ganham as eleições, este é que as pode perder. Não parece que em Oliveira do Hospital tal vá acontecer.
José Carlos Alexandrino pode mesmo conseguir o impensável para o PS há quinze ou vinte anos atrás, num concelho outrora satélite do cavaquistão: duas vitórias autárquicas consecutivas e a segunda com maioria!
José Carlos Alexandrino, conhecedor da importância da técnica e da táctica dos seus tempos de «mister», deu provas de ter aprendido a técnica da política e ser bom na táctica, não mexendo na equipa, nem nas posições e sabendo tirar proveito do apoio do comunista António Lopes. E quer muito ganhar!
Oito anos como Presidente do Município de Oliveira do Hospital vão gravar o nome de Alexandrino na história política do concelho e do distrito e pode muito bem acontecer que ao chegar a casa no domingo de madrugada se possa ouvir a sua voz, da janela do quarto, no grito que James Cameron imortalizou na voz de Leonardo Dicaprio: «I´m the king of the world.» No mar autárquico não há icebergs.
Há quatro anos Alexandrino e o PS ganharam porque o PSD estava (re)partido, por dois. Quatro anos depois o PSD parece na mesma, partido, apesar da determinação, do tom aguerrido e do bom ar de Cristina Oliveira, a candidata.
A simpatia que transpira a candidatura do CDS-PP até pode atrapalhar mais Cristina Oliveira do que o actual Presidente da Câmara. Assim, do lado político-partidário não parece existir grande ameaça para a reeleição do professor.
E a avaliação do mandato por parte dos munícipes? Ora é aqui que entra a palavra da moda inventada por políticos e economistas: Contexto(!), que mais não é do que a desgraça financeira e económica que tomou conta de tudo e de todos e obrigou a que tomassem conta de Nós, Portugueses.
O Contexto foi o maior inimigo e o maior amigo de Alexandrino. Inimigo durante o mandato e amigo no dia do voto.
O desemprego, a falta de investimento, as freguesias, as escolas, etc., tudo se explica no Contexto.
Sim, é razoável admitir que Alexandrino não fez mais e melhor por causa do Contexto. Sim, é razoável admitir que muitos vão votar PS porque o Homem não podia fazer mais no actual Contexto.
Valha a justiça no reconhecimento que Alexandrino leu bem o Contexto.
Passou a vestir a camisola do PS por dentro, controlou as contas (chamou para a tarefa um Homem do PSD!) e virou-se para as pessoas. Aproximou-se delas. Solidarizou-se com elas. Fala com toda a gente. Mostra disponibilidade para ajudar toda a gente. Conhece toda a gente em todo o lado.
Alexandrino apostou em promover as pessoas promovendo a sua terra. Encheu as pessoas de orgulho com eventos e festas a mostrar o que era delas e para elas, do queijo ás bicicletas, da moda aos carros, do Quim Barreiros ao Tony Carreira e…Você na TV- não sei se ainda há um «oliveirense» que não tenha aparecido na televisão.
Tudo isto somado vai dar muitos votos. E a vitória.
(publicado no jornal Folha do Centro, terça-feira, 24 de Setembro de 2013)
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