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Apesar da fartura de notícias relacionando a iminente morte da imprensa com uma crise da comunicação, surgem cada vez mais sinais de que as coisas não são assim.
Recentemente a “Advertising Age” publicou um trabalho no qual reflectia sobre o sucesso de alguns título que souberam desenvolver aquilo a que chamaram “uma árvore de interesses” - ramificações, a partir do tronco original da marca, em papel, que passam por diversos aproveitamentos digitais, por operações de venda on line, mas também por spin-offs virtuais que exploram nichos de interesse dentro da marca principal e por eventos e iniciativas públicas que fornecem conteúdo editorial e são ocasiões especiais de interacção pessoal entre leitores e editores.
Alguns estudiosos de comunicação olham para o que se passa hoje em dia e afirmam que estamos a sair do “parênteses de Gutemberg”: durante cerca de cinco séculos a informação e o conhecimento foram formatados pelo processo tipográfico, mas o digital veio acabar com essa rigidez e veio voltar a permitir a livre troca de colaborações, conversas, opiniões - por definição as edições digitais estão sempre em permanente alteração e actualização.
Há quem diga que esta evolução da forma fixa do papel para a fluidez digital não é nova - é apenas o regresso à tradição oral, à forma original de comunicação entre as pessoas, antes do tal parenteses de Gutenberg - e o twitter parece ser um excelente exmplo disso mesmo.
Talvez estejamos apenas numa transição, no recomeço de um velho processo: o da comunicação.
As marcas fortes que se afirmaram na informação vão continuar a contar boas histórias, talvez apenas de outra maneira, e é nelas que os leitores continuarão a acreditar.
A Esquina do Rio
Manuel Falcão
(Publicado no Jornal de Negócios e no blog na sexta-feira 25 de Outubro de 2013)
Nota: o título é retirado do texto, mas não é o título original, a saber:"Sobre a reconversão da comunicação e sugestões avulsas".
A edição em ca$h resto z€ro deste texto, é uma vénia de concordância absoluta com o conteúdo do mesmo.
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