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Cultura? Sim, sem medo da palavra. Não se assuste. Siga até lá abaixo.
A Cultura é o que nos diz o que uma coisa é. Você não quer saber o que é? Sabe?
E se lhe perguntarem o que é Oliveira do Hospital, o que é que responde?
Fala-se muito de investimento, de produtos, de turismo, de marca, de promoção, mas o que é Oliveira do Hospital?
Sabe responder?
A melhor resposta passa pela Cultura. A Cultura confere identidade, confere rosto. Só promoção, só diplomacia económica, é positivo, mas é muito escasso…
Ninguém investe sem saber o que é aquilo para onde vai.
Ninguém se muda para um sítio sem saber o que o sítio é.
O Porto, sob a batuta de Rui Moreira e Paulo Cunha e Silva (que infelizmente nos deixou), são um bom exemplo de como a Cultura confere uma identidade e um rosto numa narração de todos em benefício de todos. (escreva no Google: marca Porto)
É preciso olhar, fazer o diagnóstico e fazer terapia.
É preciso fazer do conglomerado de marcas que é uma região, uma região-marca consistente, enriquecida, lógica, forte e apelativa, com alvos definidos e objectivos mensurados.
Estar na moda e estar “in” precisa disto, precisa da Cultura. Dizer, promove a ideia em registo de “sound bite”, mas rende pouco…ou nada.
O vinho, o queijo, a castanha, o xisto, o porco, os monumentos, os fatos, os rios, o ensino, etc., precisam de estar relacionados, de ter uma cola comum que os engrandeça juntos, precisam de uma globalidade que permita dizer o que é.
Não é fácil. Não é instantâneo. Não consente ciumeiras patetas ou quintinhas de protagonismos pessoais.
A chave da solução é a Cultura. É por aqui que passa o grande desafio de Oliveira do Hospital: desenvolver uma cultura de marca que se distinga pela sua identidade global, pela sua Cultura.
Para se dar este salto é preciso sair da caixa, ver mais longe, correr riscos, assumir resistências, chamar as pessoas a contribuir para esta construção.
Só assim o mundo vai conseguir ver o que é Oliveira do Hospital! E vir. E estar. E ser.
Com o poder nas mãos é este o legado que deve importar deixar. Haja cultura para isso.
(publicado no jornal Folha do Centro, 13 de Novembro de 2015)
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