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São vários os textos em que aqui elegemos a "demografia" como um dos mais sérios desafios que Portugal enfrenta, o qual, ao não ser ganho, pode colocar em risco a boa resposta a outros desafios e comprometer, irremediavelmente e por décadas, a recuperação da economia nacional e o desenvolvimentodo futuro do país.

Como não é um tema dado a imediatismos, torna-se complicado mantê-lo no topo da agenda política e, consequentemente, nas 1ªs páginas dos jornais.

Mesmo em Agosto, com o país "adormecido" e a banhos, importa ter a consciência desperta para este problema existe e é grave. Assim , aqui se partilha, que lá fora também já se deu conta do que se está a passar, como bem o demonstra o trabalho publicado no Financial Times.   

 

Tempestade Demográfica Perfeita 

img_300x400$2015_06_24_21_59_06_257327.jpgA elevada taxa de desemprego jovem e a precariedade do mercado de trabalho são factores críticos que levam os jovens casais a adiarem a decisão de terem filhos, diz o Financial Times num trabalho sobre a demografia em Portugal. 

"Uma fabricante de vestuário no centro do país começou a pagar aos seus trabalhadores um bónus por terem filhos. O ‘incentivo à natalidade’, de 505 euros, que corresponde ao salário mínimo mensal que a maioria dos 330 empregados dessa empresa recebe, é uma modesta resposta local ao que Pedro Passos Coelho descreve como o maior problema de Portugal: o rápido declínio da sua população". É assim que o Financial Times começa por abordar, num trabalho sobre a demografia em Portugal, os problemas com que o país se confronta neste plano.

A referida empresa de confecções chama-se Goucam (Gouveia & Campos), foi criada em 1978 e é hoje uma das maiores exportadoras do concelho de Viseu e também uma importante empregadora na região.

"Ninguém vai ter um filho por causa deste privilégio", comentou ao FT Ângela Castanheira, uma das administradoras do grupo. "No entanto, é um gesto incentivador que esperamos que se estenda a outras empresas e que leve o governo a confrontar um problema que está a ameaçar os nossos futuros", acrescentou.

A empresa atribui estes incentivos à natalidade desde Janeiro de 2015 e está também a devolver a sobretaxa de IRS aos seus trabalhadores. "Desde Janeiro deste ano, decidimos começar a realizar este incentivo [à natalidade] e apoiar com a atribuição de um salário mínimo [ao trabalhador], no mês do nascimento da criança", diz Ângela Castanheira.

Pegando neste exemplo, o jornal britânico sublinha que Portugal é o país da União Europeia mais duramente atingido por um problema demográfico que se estende a toda a Europa, numa altura em que a redução das taxas de fertilidade e o envelhecimento das populações coloca em risco o crescimento económico, bem como a atribuição de pensões e a prestação de serviços de saúde pública e cuidados na terceira idade.

"Esta crise que paira, descrita no editorial de um jornal como uma ‘tempestade demográfica perfeita’, resulta da conjugação da forte queda da taxa de natalidade em Portugal, da profunda recessão e da vaga de emigração que está a tornar o país, muito rapidamente, numa sociedade de famílias só com um filho", salienta o artigo do FT, aludindo a um editorial do jornal Público de 10 de Março de 2014.

"Os mais jovens estão a adiar cada vez mais a altura em que começam a constituir família porque é actualmente muito difícil encontrar um emprego estável – isto quando se consegue emprego – que lhes permita sair de casa dos pais e fixarem-se por conta própria", refere ao jornal britânico José Loff, um consultor estatístico com 37 anos e um filho de dois anos. O Financial Times lembra, neste trabalho assinado pelo seu correspondente em Lisboa, Peter Wise, que a taxa de fertilidade [número médio de crianças na população por cada mulher em idade fértil] em Portugal tem vindo a cair, tendo passado de 3 em 1970 para 1,21 em 2013. "Trata-se do nível mais baixo na Europa e, no universo dos 34 países membros da OCDE, apenas a Coreia do Sul tem uma taxa mais baixa", sublinha o jornal.

Se nada mudar, a projecção mais pessimista do Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta para que a população de Portugal caia de 10,5 milhões de pessoas para 6,3 milhões em 2060, ao passo que o número de pessoas com idade acima dos 65 anos por cada 100 pessoas com menos de 15 anos – o chamado índice de envelhecimento – disparará de 131 para 464, o mais alto da Europa, alerta o FT.

 

Fonte: Jornal de Negócios

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publicado às 11:49

A luta.

03.08.15

954028.jpg

 A luta. Diga em voz alta três vezes seguidas, assim: A luta. A luta. A luta.

Soa a anos 70 ou 80, não soa? Faz lembrar um movimento sindical da CGTP, não faz? Mas às vezes é preciso, é preciso ir à luta. E o interior precisa. A luta continua. Sim a luta continua a ser uma forma válida e eficaz de fazer política.

Fez bem José Carlos Alexandrino em vir para a rua, em sair da beira da estrada e saltar para o meio da estrada da beira, em marcha lenta e a “gritar” indignação, revolta e insatisfação.

O Presidente do Município de Oliveira do Hospital é hoje um político em grande forma e tem razão quando protesta contra os acessos pré-históricos a Oliveira do Hospital e como o estado central (não) trata a saúde do concelho.

Este “grito de alerta” liderado por Alexandrino é uma jogada de mestre.

Estamos em véspera de eleições. Se o governo, por qualquer razão “perder a cabeça”, é agora, no tempo da caça ao voto. Se nada acontecer, e nada vai acontecer, o “grito” é um bom contributo para o PS, que assim vai caçar os votos que os “malandros” do governo não merecem.    

Estamos em véspera de eleições. Se o PS ganhar em Outubro, já sabe que Alexandrino quer os ICs e quer médicos e não vai olhar a meios para o conseguir, nem a cores partidárias. Se o PSD e o CDS continuarem no poder, já sabem que aqui em Oliveira do Hospital vão ter “guerra”.

Alexandrino marcou pontos entre “os seus” e marcou o seu espaço no palco da arte do (im)possível, que é a política.

Alexandrino elegeu um novo acesso a Oliveira do Hospital como a grande obra do seu regime. Ambição maior num tempo menor, de vacas magras e dinheiro escasso. E pelo meio de cortes e faltas, o concelho ficou mal da saúde, sem médicos e novos projectos “arquivados”.

O homem da cordinha não foi de modas: fez-se à estrada e meteu a saúde na caravana do protesto. E o povo disse: - Presidente amigo, estamos contigo.

O dia da luta, sexta-feira, pode não ter sido o melhor; a hora, final de tarde, também não; o pino do verão, 24 de Julho, também poderá não ter ajudado, mas que o dia vai ficar para história vai, e logo num concelho onde as suas gentes não são muito dadas a grandes incómodos ou levantamentos públicos.    

A estrada do protesto que Alexandrino decidiu seguir é sinuosa, esburacada, estreita, e não permite paragens! É mesmo melhor não parar, não vá Alexandrino acabar atropelado pela sabedoria popular. O povo topa os políticos a quilómetros, e quando deixa de achar graça….

 

(publicado no jornal Folha do Centro, 3 de Agosto 2015. Foto: Público)

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publicado às 11:41


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