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Toda nua!

25.07.14

Este texto é de verão… e fui eu que vi!

Sim, ela, outra vez, toda nua.

Não, não falo do filme da Diaz, da professora do miúdo e muito menos da vizinha do lado.

Falo da Democracia.

Vá lá, não desista já. Mais um bocadinho e verá, tal como eu, a Democracia, nua.

A Democracia vestida é o melhor que temos. A Democracia despida é indizível.

E a Democracia despe-se com facilidade. É muita dada a tudo, com todos.

Talvez seja por causa do clima, mas em Portugal a Democracia parece que anda (quase) sempre despida:

um banco, com donos conhecidos, em dificuldades…um conselheiro de estado e um gestor da “nossa” dívida, despedem-se da causa pública e, de um dia para o outro, saltam para o privado como salvadores do cash perdido.

Isto é a Democracia despida. Tudo é possível.

Não é normal, mas fazemos de conta que sim.

É uma espécie de indulgência de fim de regime.

Há uma terrível sensação de que Portugal, nos últimos anos, na última década, tem andado de ressurreição em ressurreição, um fracasso dá lugar a outro ainda e sempre maior- lê-se nos jornais.

Suplantamo-nos na mediocridade, no encobrimento, na mentira.

E as pessoas sentem incrivelmente que é assim que a coisa funciona e consentem, acomodam, acomodam-se.

Com a democracia despida vale tudo.     

Em Portugal, a Democracia despe-se em (quase) todo o lado e onde menos se podia esperar, ou desejar, que tal acontecesse:

sabe o que se passou na última assembleia municipal do município de Oliveira do Hospital? Bem, pelos relatos, até pode ter sido a Democracia a funcionar, mas se não estava despida estava pouco vestida…com quase tudo à vista!

O problema do nu é ser um ponto de chegada. Uma ambição, uma conquista, um privilégio. Se o banalizamos, perde todo o estatuto, o glamour, torna-se ordinário.

A Democracia vestida é uma utopia constante, que nos obriga a ser melhores e nos invade a vida de esperança.

Pois é, hoje parece que já não há o culto da utopia…

Conseguiu ver a Democracia nua? Não?! Então vá para a praia, está a precisar de férias.

 

(publicado no jornal Folha do Centro em 24 de JUlho de 2014)

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publicado às 16:00


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