Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Deus sabe que o que aqui vou escrever é algo que penso, e defendo, há muito tempo.
Francisco não sabe! O facto de não saber, não deixa o novo Papa de fora deste escrito. Este Latino das Pampas que parece ser um sinal de esperança para o mundo, algo que já não acontecia desde o aparecimento de Obama, teve uma namorada(!) quando ainda era criança. Ao ler o «curriculum» de vida de Bergoglio, a luz ficou verde para dizer publicamente o que sempre pensei: não entendo e não concordo com o celibato sacerdotal.
Ser Padre não deve ser impeditivo de amar uma mulher. Ser Padre não deve ser impeditivo de ser Pai.
Vamos ser directos e concisos. O espaço que tenho para escrever é curto e o assunto é farto. Deixamos para outro dia variações sobre o mesmo tema, tais como as mulheres poderem ser Padres, homossexualidade, outras religiões, divórcios, etc., etc..
Em tempo de Páscoa, inspirados por Francisco, vamos argumentar de forma saudável, séria, mas simples. E sem usar papamóvel.
Então um homem que sente vocação para servir a Deus, para servir a Igreja, para pregar o amor ao próximo, para dar asas à sua vocação, fica impedido de partilhar a vida com uma mulher? Fica impedido de se apaixonar? Fica impedido de gerar vida, qual acto supremo do amor entre dois seres humanos?
O castigo, sim, o castigo, de um homem que quer dedicar a sua vida a Deus, é não poder sentir como é mágico beijar a mulher que se ama, como é divinal o aconchego de um abraço feminino, como é único e fantástico fazer amor com a mulher da nossa vida, como é bom acordar ao lado… dela?
Caramba: um homem que ama Deus e que lhe dedica a vida, não pode ter um filho???
Custa a aceitar. Não se entende. Torna sofrido ser crente.
Não acreditamos que Deus, na sua infinita bondade e misericórdia, seja egoísta ao ponto de querer o amor do homem que o ama só para Si, que lhe dedique toda a vida a Si e para Si, e que não lhe permite sequer amar um filho do seu sangue, do seu amor.
Amar a Deus, servir a Deus, não pode ser significado de viver sem a partilha com o seu semelhante, da casa estar sempre vazia, do quarto ser sempre «single», de nunca poder ir à escola esperar pelo filho. Não pode.
Esta praxis antiquíssima, que sobreviveu ao casamento de um Papa(!), não pode obrigar o sacerdote da Igreja Católica, Apostólica e Romana, a não ter família, a família que é um valor que a Igreja (e bem) tanto prega. Não pode.
Chegado aqui, até nos arrepiamos só de pensar na possibilidade de o meu amigo Padre Borges, que muito respeito e prezo, ler “isto”: - Estou lixado! Que me perdoe!
…é que há no celibato algo de anti-natura, e se é anti-natura presta-se à tentação, e da tentação ao pecado…é um instantinho!
…é que se não tivesse havido Adão e Eva não teria havido Padres, ou se, por absurdo, todos fossemos Padres, já cá não havia ninguém.
E tal maldade nem Deus perdoava.
(texto publicado no jornal Folha do Centro, edição de 28 de Março de 2013)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.