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Está tudo certo. Quase.
Não há nada de ilegal, de mal ou fatal na união das esquerdas.
Costa não é golpista, nem perigoso, tão só foi disruptivo, inovador e surpreendente... e tomou conta dos acontecimentos - aqui não se julgam carácteres.
É facto que a maioria parlamentar é de esquerda e é contra o governo da coligação de direita - e há outras coisas que os "pequenos" de esquerda também são contra, mas naquelas quintas há contras que são mais iguais do que outros.
E sendo assim o governo pode ser derrubado, cair.
E é bom para a democracia tudo se tornar claro: os de esquerda do lado esquerdo; os de direita do lado direito. De esquerda e de direita ao centro é contra-natura.
Está tudo certo. Quase.
E o Quase é o detalhe que permite e não invalida toda a estratégia de Costa, excepto governar, excepto ser primeiro-ministro.
O primeiro-ministro tem que ser do partido mais votado, não do partido "mais" derrotado.
E no derradeiro momento Cavaco pode rachar os acordos que sustentam o empurrão a Costa e ao PS para o poder, e não deixar.
Cavaco, sendo coerente com o que disse, não deve deixar Costa ser Primeiro sem primeiro ir a votos.
Até lá ficamos a Passos de gestão até às Portas das eleições.
E finalmente Cavaco é Presidente.
Portugal foi a votos. Portugal ficou pior do que estava.
Quem ganhou, não tem maioria para governar. (Passos como Sócrates quando perdeu a maioria... e Sócrates governou até ao dia que Passos deixou...)
Quem perdeu, pode somar votos para governar, a três, em maioria...com ideias que não somam.
Nada faz sentido.
Cavaco, o Presidente, quer um governo com todos, e assim acabar com a alternativa que é base da democracia.
Costa, o derrotado, parece querer(?) ser primeiro ministro, com o "seu" PS que perdeu em toda a linha - nem o PSD ultrapassou na AR - e com o apoio do BE e do PCP...que tanto mal lhe fizeram e dele disseram.
O PCP que não quer a Europa nem o Euro, mas quer o PS no governo!...e um ex-padre madeirense em Belém!!!
Nada faz sentido.
Portugal é um êxito para a política europeia mas um problema económico, com uma dívida pública de 2015 em 130% do PIB, com desemprego elevado, limites de défice ultrapassados, sem crescimento e a dever mais dinheiro ao estrangeiro do que em 2011. E pendurado no benefício do momento de juros baixos e petróleo a preço de saldo.
Nada faz sentido.
Quem ganha deve governar e a maioria só devia ser necessária para três ou quatros decisões de âmbito estrutural.
Assim faria sentido, mas não faz, porque não é assim que está escrito nos livros da lei.
Vamos ter que ir a votos outra vez. Mais cedo ou mais tarde. Que pena não poder ser já...
Portugal não se governa em minoria, e não pode ser governado pela maioria que perdeu.
Não faz sentido. Não é sério.
Portugal governa-se com quem ganha nas urnas: se somar uma maioria, melhor...e mesmo assim, sabe Deus!...
Em Portugal são muitas as faltas. Não temos falta de faltas.
Entre tantas faltas, há uma sobre a qual não falta quem enuncie ou proteste a sua falta: dinheiro.
Não importa agora o que, ou quem, gerou tal falta.
É indiscutível. Em Portugal falta dinheiro! É, hoje por hoje, a falta-mor do estado, das empresas, das famílias.
Estamos em campanha eleitoral e, estranhamente, não há quem fale da falta que temos...de dinheiro.
Dois debates, um na tv outro na rádio, dois candidatos a primeiro-ministro, e a palavrinha mágica do nosso buraco negro, dinheiro, foi sempre esquecida, foi sempre escondida. No debate da tv, nem por uma vez se mencionou "dinheiro", ainda que muito se tenha falado de Sócrates, de troika, de segurança social....e até os comentadores se esquecem que o que nos falta é... dinheiro! - com excepção honrosa ao catedrático da opinião Vasco Pulido Valente.
Costa não fala de dinheiro. Passos não fala de dinheiro. E os outros também não.
A lenga-lenga é a costumeira:
- Mais saúde! (E há dinheiro?)
- Melhor educação! (Temos dinheiro?)
- Mais segurança social! (Com que dinheiro?)
- Mais emprego! (e o dinheiro?)
Há um vazio na campanha igual ao vazio de muitas vidas: dinheiro.
Ideais, promessas, esperanças, mudanças, isto é tudo muito bonito, mas...quando falta o dinheiro...?!
Portugal precisa de dinheiro e ninguém diz como o vamos ganhar, de onde vai chegar, como é que se faz.
O dinheiro é a verdade tatuada não nossa pele, e dói. E a dor não dá votos.
Domingo vamos votar. Não é preciso dinheiro. O voto é grátis.
(publicado em radioboanova.com, 30 de Setembro 2015)
- Um dia um ministro demite-se e diz que falhou. (as demissões foram três, e à terceira foi de vez!)
- Outro dia e outro ministro demite-se irrevogavelmente. (o líder do segundo partido da coligação!)
- Um ministro(a) toma posse, na tarde do mesmo dia.
- O Primeiro-Ministro não se demite. Nem aceita a demissão do líder -agora menos- Popular.
- As taxas de juro sobem.
- A maioria que governa faz as pazes e prepara um novo governo com velhos e novos ministros.
- As taxas de juro descem.
-O Presidente não aceita o novo governo, anuncia eleições antecipadas para daqui a um ano se for "assinado" um acordo a três (PSD, CDS-PP, PS) de salvação nacional.
- As taxas de juro sobem.
- Os três "assinaram" um desacordo de salvação de cada um deles.
- Cavaco, o Presidente, anuncia uma moção de confiança e diz que o governo continua. Tudo como dantes (?).
- As taxas de juro descem... e voltam a ser o que eram antes de Gaspar partir.
- E Portas volta a ser ministro. Sobe a vice.
Um País nada Seguro dá Passos de dúvida para que se abram Portas a melhores dias.
21 dias depois. 21 dias de nada.
Que semana, a que passou!
O Sr. Relvas foi embora. Já não é ministro e, tudo indica, nem Dr..
Finalmente um boCrato de vergonha.
O Tribunal Constitucional, os Senhores Juízes, falaram e deitaram abaixo o orçamento em 1300 milhões de euros...
Finalmente a novela TC, para o bem e para o mal, acabou.
Nada arranhado pela Moçao de Censura do PS, mas zangado com os da Constituição, Passos falou ao país:
- Não se demite, nem aumenta mais impostos!
Que se lixem...a Troika, perdão, Todos, perdão, Tudo!!!!
No mesmo domingo à tarde, em Oliveira do Hospital, uma Senhora com camisola do partido do governo, o PSD, veio dizer ao mundo, que sim, que era verdade, que quer ser «a Presidenta» do Município Local.
Cristina Oliveira parte para o desafio de ficar na história pela vitória...ou pelo facto de ser a primeira mulher laranja a tentar tal desiderato no concelho do Cavaleiro.
(opinião emirida em ca$h resto z€ro/rádio, em rádio boa nova FM 100.2 e radioboanova.com, segunda-feira, 8 de Abril de 2013, 18:30)
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