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… não diga já não! Que não é. Que não é dos tais! Talvez seja…
Vamos às perguntas: Este verão foi às praias fluviais? Foi? Foi mesmo? Ou passou lá, uma vez, para ver se havia lá gente? Foi a S. Gião, a Loriga, a Avô, a Alvôco, só para citar como exemplo as praias por nós frequentadas? Foi?
Então, é ou não é dos tais? Os tais? Sim, os tais, os tais locais que não vão às praias fluviais. É, não é!?
Porque será que sempre que vamos às praias fluviais ficamos com a sensação que quem lá está é de Lisboa, é emigrante, é do Porto, é estrangeiro, é de todo lado, mas não é daqui, não vive aqui, não é local?
Porque será que este verão questionei tanta gente de cá, que não foi lá, que não sabe explicar porque lá não vai e que quando lá passa não pára ou pára pouco?
O concelho de Oliveira do Hospital e a região da beira interior têm praias fluviais que são paraísos de água pura, de silêncio, de verde, de sonho.
As praias fluviais, nos últimos anos, foram alvo de investimento em melhorias, cuidados, acessos, garantias de qualidade e muitas até são vigiadas no verão e, mesmo assim, os locais, continuam os tais que não vão às praias fluviais!
Os de cá lamentam-se do que cá não há, mas quando há não vão lá, não estão cá.
Às vezes vão lá, para ver se há gente lá, e quando não há comentam entre si que não havia gente lá e concluem que não vale a pena ir lá.
Há gente aqui que precisava de um curso intensivo no norte do país, para aprender a gostar do que é seu, do que é ser daqui, o que é ser bairrista, o que é viver a sua terra, o que é ser da sua região.
E este comportamento, esta forma de estar, não se revela só na (não) frequência das praias fluviais, como também na (não) frequência de eventos sociais, musicais, culturais e desportivos.
Entende-se? Sim, claro! Afinal, os tais são os mesmos.
(publicado no jornal Folha do Centro, 11 de Setembro 2015)
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