Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



idosos.jpg

“Há ignorantes que falam de Beethoven sem nunca ter visto um quadro dele!”

Fonte: redes sociais.

 

Esta sublime definição de cocktail de ignorância com pedrinhas de gelo de atrevimento, refrescou-me a minha sempre boa relação com uma boa fatia de suprema ironia.

A ignorância irrita-me e o atrevimento dela resultante assusta-me. Todos os dias vivo na utopia de esmagar a ignorância, a minha e a dos outros, é a minha obra inacabada, enfim, é o lado Gaudí da minha vida.

Vem isto a propósito de duas frases que muito tenho consumido ultimamente. Sim, metem-se comigo. Vamos a elas. Por ordem.

1ª “Portugal está novo.”

É falso e dizer isto em registo generalista revela ignorância, atrevimento e auto-conforto.

- Portugal está velho.

Assim mesmo, sem paninhos quentes, no osso, outra vez: Portugal está velho!

As estradas podem ser recentes, as casas modernas e os carros novos, mas as pessoas estão velhas. Os nascimentos andam pela hora da morte, e a morte chega cada vez mais tarde. O limite médio de vida em Portugal já vai nos oitenta anos!!! Ora, assim vamos ser cada vez menos e cada vez mais…velhos! Um país com este problema demográfico – e Portugal é um dos casos mais sérios da Europa – de novo tem pouco! E daqui a pouco, até o que hoje parece novo vai ficar velho, incluindo as estradas, as casas e até os carros.     

2ª “O Interior tem tudo.”

Nesta frase a ignorância e o atrevimento manifestam-se untados de brilhantina.

Vamos dar de barato que o “tem tudo” nunca existiu e não existe, mormente quando o “tudo” de hoje é “nada” amanhã.

Sim, é verdade que o Interior de Portugal hoje oferece condições para que as pessoas possam usufruir de uma qualidade de vida ímpar. Há só um tudo-nada que falta: PESSOAS.

Pois é! O Interior está a ficar sem gente, sem pessoas. E se Portugal está velho, o Interior está caquético!!!

(desculpem, é preciso escrever isto assim, de forma bruta, para que se entenda que é dramático)  

Se faltam pessoas, falta tudo.

O texto acaba aqui. Segue a esperança… de nem uma única pessoa o ter lido, no modo de quem vai ao Google procurar fotografias dos quadros de Beethoven.

 

(publicado no jornal Folha do Centro, 7 de Abril 2017)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:50



Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

calendário

Abril 2017

D S T Q Q S S
1
2345678
9101112131415
16171819202122
23242526272829
30




Arquivo

  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2020
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2019
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2018
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2017
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2016
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2015
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2014
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2013
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2012
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D