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O trailer do filme podia escrever-se assim:
Rodrigues Gonçalves tem um percurso curioso na vida política de Oliveira do Hospital e pouco habitual. Quando quis ser Presidente da Câmara Municipal, com as cores do PS, concorreu e perdeu! Quando não se apresentou para ser Presidente da Assembleia Municipal, a Presidente chegou. Mas não ficou. Não vai ficar. O PS não confiou. Um percurso peculiar, algo atribulado, com alegrias e tristezas mas sem drama.
A sinopse da (boa) história deste homem, com quem tenho uma relação cordial, é um instante de escrita:
- fez-se gente a pulso e em Lisboa e carreira na função pública. Cultivou-se.
- um dia quis ser profeta na própria terra. Correu mal. Tão mal que na noite da derrota nem apareceu…
- nem desapareceu. Sem nunca deixar de ser Daqui (de Avô) e do PS, chegou à Assembleia Municipal…
- onde Lopes foi protagonista de uma destituição sem antecedente…e empurra Rodrigues Gonçalves para Presidente!
- com eleições à porta pede a confiança do PS local! O PS disse não. Saída? Sair. Ir.
Tal como na fita sobre Button, tudo na vida política de Gonçalves “é ao contrário”. Nem isso o impediu, na hora do anúncio, de exibir uma elegância ímpar - diz que continua a ser de Oliveira do Hospital, de Alexandrino, do PS. Não reclama, não cobra, não clama.
Ninguém pareceu valorizar muito tanta grandeza e tanto saber estar: sem sangue, sem lágrimas, sem ira, sem drama, sem ajuste de contas, sem ameaças. Tudo dito sob a mais absoluta tranquilidade, elevação e naturalidade. Impressionante. Será Gonçalves deste mundo?
Rodrigues Gonçalves há muito que é figura de destaque no concelho e na região com os seus escritos (o último livro foi dedicado à Filarmónica de Avô)) e recentemente tem dado a conhecer a sua faceta de “especialista” em inteligência emocional - uma espécie de Augusto Cury das Beiras - na Rádio Boa Nova e nas redes sociais.
Num recente “post” de Rodrigues Gonçalves, subordinado ao tema “aprenda a viver com a crítica”, está estampado o seguinte provérbio:
“nunca discutas com um cabotino, ele leva-te (baixa-te) para o campo dele e vence-te pela experiência.”
Alguém no PS de Oliveira do hospital terá lido isto?
Vitor Neves
(publicado no jornal Folha do Centro, 20 de Julho de 2017)
Ai o cartaz!
- Tudo por Oliveira, Cristina?
Não o fez. Não se faz.
(Cristina perdeu. Aguentou-se uns dias. Desapareceu.
Cristina perdeu. Pouco tempo depois partiu. Não cumpriu.
Ainda 2015 começava e Cristina Oliveira anunciou que se ia ausentar. O bilhete era de ida e volta. Não voltou.
Em 2013, na noite da dolorosa derrota, Cristina, a única eleita do PSD e da oposição, prometeu cumprir o mandato até ao fim, mas o fim da Cristina foi muito antes do fim do mandato.)
- Tudo por Oliveira, Cristina?
Tudo? Que tudo era esse que o vento num instante levou?
(Cristina, com quem conversei em público e em privado, é uma mulher culta, bem formada, com pensamento estruturado e bem reputada no que faz no Ministério da Educação.
Como é que uma mulher assim se perdeu no meio de tudo e deixou tudo de Oliveira? Cristina tirou-se de Oliveira, tirou Oliveira de si própria, exceto ao assinar: Oliveira está-lhe no nome!
Era fácil gostar de Cristina. Eu gostei. Mulher bonita, com saber estar, vincada, com ar distinto: ainda que sendo da gente parecia ser diferente. Não o foi.)
- Tudo por Oliveira, Cristina?
Era só dar tudo, Cristina. E estava tudo bem, a fazer o mandato todo. Na oposição, com o coração…por Oliveira.
Ao ter ido, ao ter partido, ao ter fugido, perdemos todos. O Concelho, o PSD, os que querem na política acreditar, os que em Si foram votar.
- Tudo por Oliveira, Cristina?
Só no cartaz.
Vitor Neves
(publicado no jornal Folha do Centro, 6 de Julho de 2017)
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