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A 24ª festa do queijo serra da estrela de 2015 foi a maior de sempre.

Está de parabéns (o Município de) Oliveira do Hospital.

image.jpgA aposta em fazer a festa no coração da cidade, feita no ano passado, voltou a revelar-se um jackpot, pese embora os engarrafamentos de carros e pessoas, mas festa é festa!

A festa deste ano foi maior porque o Município inovou com o anúncio do monumento à queijeira e com a inciativa do requeijão a ganhar peso e tamanho e a bater-se ao guiness book, e com uma bem conseguida e segmentada mediatização, com destaque para os diretos da TSF (a rádio que lidera audiências nas classes A e B) e da TVI (o canal aberto mais popular da TV nacional) e...porque talvez nunca tenha havido tanta gente por m2 no largo ribeiro do amaral: o povo tomou conta da festa.   

A festa deste ano foi ainda maior porque não faltou animação e envolvimento de grupos musicais, culturais, escolas e expositores, justificando especial destaque a Confraria Queijo Serra da Estrela que juntou em Oliveira do Hospital quase 50% das confrarias nacionais e foi anfitriã de confrarias de Espanha e Itália.

E assim se entende a incontida alegria de José Carlos Alexandrino, que em cima do palco da televisão, após receber uma reconhecida ovação, era um presidente-rei que agradecia acenando "ao meu povo".

Bom queijo e bonita festa, pá.

 

(publicado em radioboanova.com, 24 Fevereiro de 2015)

 

(ps.: a Rádio Boa Nova voltou a fazer uma cobertura ìmpar de todo o evento dedicado ao queijo serra da estrela. Sábado e domingo, de manhã e de tarde, som , texto e imagem, tudo em directo desde Oliveira do Hospital para toda a região, para todo lado, para todo o mundo. Um trabalho de poucos, feito como se fossem muitos... e mais uma das melhores emissões de sempre. Para mais tarde recordar, e sorrir.)

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publicado às 23:42

index.jpg

Sabes, a serra está ali, e o ar da serra enche-nos o peito.

Temos serra, qual estrela. Sempre.

Sim, já não há tantas ovelhas...

São ainda menos os pastores. Dizem que já não há pastores.

Temos cardo. Temos mãos. E frio.

Sabes, ainda temos sabores!

Vá entra, vem até aqui.

Não tenhas medo do Cão.

Estás seguro. Estamos seguros.

Senta-te.

O vinho é Dão. Temos pão.

E o queijo? O queijo é Serra da Estrela!

Ainda há sabores!

E a vida assim sabe bem, como sabes.

 

(texto editado em radioboanova.com durante a maior festa do queijo serra da estrela em Oliveira do Hospital, 21 e 22 Fevereiro de 2015)

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publicado às 22:25

Atenção! Tenha cuidado ao ler este texto, está cheio de buracos.

Quase de certeza que já adivinhou. Sim, vamos falar da estrada da beira. Sim, da estrada nacional 17, mais concretamente daquele bocadinho que recebe o IC que termina em pinhal e serve de acesso ao concelho de Oliveira do Hospital. Sim, vamos falar dos buracos.

O acesso viário a Oliveira do Hospital já não é grande coisa. Se tal acesso é uma manta de alcatrão esburacada, com buracos de todos os formatos e tamanhos e distribuídos em “random”, então todos nos devemos juntar para um grito indignado: tapem os buracos.  

Não vale a pena gastar adjectivos, tipo: vergonhoso; escandaloso; insultuoso. É dizer o óbvio e não adianta nada.

Não vale a pena fazer apelos sensatos aos decisores do país, tipo: olhem para o interior; o desenvolvimento carece de boas acessibilidades; o turismo de qualidade passa pela qualidade de lhe poder chegar. É tudo verdade, todos o sabem, até os decisores, ainda que possa parecer que não.

É preciso fazer qualquer coisa que mostre, de forma definitiva, que assim não pode ser, que está mal, que não é aceitável.

Nos dias que correm, para alguém se fazer ouvir, é preciso ser original, arrojado e consequente.

Ora, aqui se recorda uma ideia que em tempos brotou dos lados do município de Oliveira do Hospital que consistia em fazer uma mega festa do queijo serra da estrela no terreiro do paço, em Lisboa, invadindo a avenida da liberdade de ovelhas e cães serra da estrela.

E que tal começar por testar a ideia, ali, naquela estrada? Invadir a estrada da beira de bordaleiras, queijarias e cães da serra durante todo o fim de semana e assim mostrar a milhares de visitantes o grande buraco em que está metido o interior.

E como os media nacionais não perdem estas oportunidades, podia-se pedir à TSF para alterar o nome do programa Terra-a-Terra para Buraco-a-Buraco e, qual flor do cardo, o guião da TVI devia contemplar por o Nuno Eiró, com os pés num buraco, a pedir para ligar o 700700700 e a dizer : «ajude-nos a tapar os buracos».

Até o queijo ia rolar de contente.

 

(publicado no jornal Folha do Centro, 19 de Fevereiro de 2015)      

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publicado às 00:19

Ir e Voltar

15.02.15

Ir é bom.

Gosto de gostar de Ir. Por mim vou, no Ir

Para mim o Ir é casado com o sim, assim uma espécie de nova palavra "Irsim".

O Ir é uma aprendizagem sob tolerância:

a pessoas

ao ar

a comportamentos e hábitos

a cheiros

a temperaturas

a sons

a valores

a prioridades

a uma nova luz.

Depois de Ir somos Mais.

E depois de Ir há o Voltar que é outra vez Ir escrito com um "V": VIr.

E volta-se a (V)Ir pela aprendizagem da falta:

das pessoas

do ar

dos comportamentos e dos hábitos

dos cheiros

dos sons

dos valores

das prioridades

da luz.

Se o regresso pode ser um orgasmo, tal só pode acontecer depois de termos sentido a liberdade do Ir.

Vamos e Voltamos. Vamos ali, voltamos aqui. Somos daqui e dali...onde queremos e temos que Ir.

Não devia ser possível morrer sem Ir a todo lado. E ser do mundo. Todo.

Rui Massena, D-Day, Albúm Solo (Fev. 2015) 

(sugestão musical para Ir lá acima e Voltar a ler o texto) 

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publicado às 22:29

Apontas para o rosto sarcástico do sol de Inverno
E disparas. Há tantos meses que não chove – reparaste?
É o próprio céu a desistir de ti. E mesmo assim tu disparas, só sabes disparar.
Estás enganada, Europa. Envelheceste mal e perdeste a humildade.
Não é contra o sarcasmo que disparas, não é contra o Inverno,
Nem sequer contra o insólito, contra o desespero.
Tu disparas contra a luz.
Podes atirar-nos tudo à cara, Europa: bombas, palavras, relatórios de contas.
Podes até atirar-nos à cara um deputado, uma cimeira.
Mas os teus filhos não querem gravatas. Os teus filhos querem paz.
Os teus filhos não querem que lhes dês a sopa. Os teus filhos querem trabalhar.
Há tantos meses que não chove – reparaste?
A terra está seca. Nem abraçados à terra conseguimos dormir.
Enquanto te escrevo, tu continuas a fazer contas, Europa.
Quem deve. Quem empresta. Quem paga.
Mas os teus filhos têm fome, têm sono. Os teus filhos têm medo do escuro.
Os teus filhos precisam que lhes cantes uma canção, que os vás adormecer.
Eu acreditei em ti e tu roubaste-me o futuro e o dos meus irmãos.
Se estamos calados, Europa, é apenas porque, contrários ao teu gesto,
Nós não queremos disparar.

e908b3b8ea.jpg

 

 

Filipa Leal " A Europa"

 

Renshi.eu é um poema em cadeia escrito por 28 poetas de 28 países europeus, que abordam de forma literária as questões do presente e futuro da Europa. Cada poeta começa a escrever a partir do último verso do poema anterior, dando origem a uma obra gigantesca que espelha uma miríade de olhares e referências culturais. (2012)

Fonte: Berlinda.Org

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publicado às 22:42

«...o que acontece na vida de todos os dias não é as pessoas exprimirem apenas aquilo que já formularam mentalmente, que já sabem, que gostam e defendem; também dizemos por vezes coisas que nos surpreendem, ou até que nos ofendem, antes mesmo de, eventualmente, ofenderem terceiros. É comum encontrarmos obstáculos e resistências quando comunicamos aquilo que nos vai na cabeça; ou então dizemos frases que não controlamos bem, e que nos parecem inaceitáveis, contraditórias com os valores que professamos. Por isso é que algumas altercações no trânsito descambam em tiradas racistas, mesmo quando proferidas por indivíduos que não são racistas, ou que não têm consciência disso. A "liberdade de expressão" também permite que as pessoas digam aquilo que não querem dizer. E mais: que ouçam, espantadas, aquilo que têm para dizer, especialmente quando não sabiam antes.

Talvez a liberdade nos liberte, e nos liberte através da palavra, mas isso não é garantido. Herdeiros de civilizações do livro, atribuímos às palavras uma importância desmedida, quase sacralizada. Elas são o fundamento da crença e da identidade. De tal modo que nos desaguisados são quase sempre sobre as palavras e a sua interpretação, sobre aquilo que as pessoas ouvem naquilo que dizemos. Experimentamos uma profunda ansiedade quanto às palavras dos outros no espaço público porque sentimos a mesma ansiedade quanto às nossas próprias palavras. Tememos as diferenças entre as nossas intenções e as consequências das palavras. Ou a diferença entre as intenções e a nossa verdade íntima. Palavras e ideias têm uma vida mental autónoma. E todas as palavras, as que exprimimos e as que reprimimos, convocam o fantasma do inaceitável. O inaceitável das convicções sociais, das ideologias, dos tabus, das fobias. O inaceitável dos nossos desejos e pensamentos obscuros, que dizemos e que ouvimos quando nos exprimimos em liberdade.»   

Como gostava de ter escrito o que acima  se publica. É tamanha a identificação com a reflexão e a opinião que se assume a liberdade de divulgação como uma "Liberdade de Expressão", com a devida vénia a Pedro Mexia, que escreveu este texto (Dizer o Quê) na revista E na edição do semanário Expresso de 31 de Janeiro. 

Para ler e reler. E ler outra vez e voltar a ler de vez em quando.

 

(publicado em radioboanova.com em 1 de Fevereiro de 2015)

 

 

 

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publicado às 21:47


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