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Na segunda parte de Dezembro, foi possível ler que Merkel entende que para a Alemanha nao é bom «aumentar impostos, prejudica a economia e destrói a classe média»!!!!!
Foi ainda possível, mesmo com o Natal pelo meio, ouvir que há duas freguesias em Oliveira do Hospital, Lagos da Beira e Lageosa, que num grito épico de urbanismo e modernidade, juram manter a sua separação.... à pedrada!!!!
A sério, marcou-nos o desafio de saúde que Tito Vilanova, treinador do Barcelona, vai ter que ganhar. Às vezes, mesmo com o mundo aos pés, a vida segue caminhos inesperados...
...como aquele que foi trilhado pela Mãe de Alenquer que ateou fogo aos filhos!
E a TAP continua a ser o nosso pássaro, a nossa bandeira nos céus. Sem garantia(s).
O ano, em Portugal, obrigou "a gente" a sair à rua como já não fazia há mais de trinta anos. Um ano marcado:
- pelas insolvências: 52 por dia; aumentaram 62%; em cinco anos cresceram 1450%.
- pelo desemprego: quase nos 17%...um flagelo que nem para ajustar o défice serviu (quase nos 6%, sem "extras")
- pelos juros da dívida pública abaixo dos 7%...o tal número que nos atirou para as mãos "deles", os «Troikos».
O ano, visto desde Oliveira do Hospital, acrescenta duas breves notas:
- A luta inglória das freguesias...menos cinco, é o saldo.
- Os fatos, que vestem a resiliência e o regresso dos anos bons das confecções e do têxtil.
E, está feito. Não faltam para aí balanços e balancetes de um ano que, mesmo no final, deixou saber que não era o ano do fim do mundo.
- Sobrevivemos, 2012.
Vem cá, 2013. Já sabes que te esperamos.
(resumo da opinião editada em ca$h resto z€ro/Rádio, na segunda quinzena de Dezembro, segunda e sexta-feira, 18:30, em rádio boa nova 100.2 fm e radioboanova.com)
Dívida.
Conforme dados do Banco de Portugal, em notíca do Jornal de Negócios, em Outubro, pela primeira vez um milhar de grandes empresas passou a estar mais endividada que o conjunto das 321 mil microempresas.
Em síntese, famílias e PMEs estão a reduzir os seus níveis de endividamento por oposição ao Estado e às grandes empresas, conforme revela o boletim estatístico do banco central.
A dívida das empresas representava no final de Setembro cerca de 183,8% do PIB, contra os 179,3% registados no final de 2011. O endividamento do Estado que conta para Bruxelas subiu nesse mesmo período de 108,1% para 120,5%. A dívida dos particulares foi a única que baixou, mas apenas 1 ponto, para 101%do PIB.
Ao todo, a dívida do sector não financeiro português ascende a 437% do PIB.
Precisamos de uma ditadura?
Não sei...ainda que talvez fosse a forma mais fácil de fazer «reset».
Sem um «reset», mais ou menos encapotado entre valores e tempo, Portugal não terá futuro.
Nem salvação(?!).
Aluga-se. Arrenda-se. Vende-se.
Arrenda-se. Vende-se. Aluga-se.
Vende-se. Aluga-se. Arrenda-se.
Lisboa. Fim de tarde de final de verão.
Percorremos as ruas ex-libris da capital e perdemos as contas aos anúncios, em placas e outros suportes de mensagem mais menos conseguidos, que abundam nas casas, nos prédios, nas lojas. São tantos, que mais parecem súplicas de gente que não teve alternativa que não fosse…
Aluga-se. Arrenda-se. Vende-se. Arrenda-se. Vende-se. Aluga-se.
Porto. Um dia de Novembro.
Deixamos o carro deslizar nas ruas e ao olhar parece que muita gente partiu. Tantas são as casas à venda, tantos são os apartamentos disponíveis, tantas são as lojas onde outrora se vendiam ilusões e coisas úteis. São inúmeras, as placas das imobiliárias, que até se atropelam em sobreposição. Muitas já evidenciam os sinais do tempo que passou desde que ali foram apostas, na busca desesperada de interessados…
Aluga-se. Arrenda-se. Vende-se. Arrenda-se. Vende-se. Aluga-se.
Coimbra. Uma viagem ao passado embrulhado em saudade.
Os estudantes já não chegam para deitar a baixo tantas placas que anunciam “oportunidades”. Onde antigamente faltavam quartos, agora sobram casas, apartamentos. Há prédios inteiros, acabadinhos de fresco, sem ocupantes! Há prédios que ainda não se podem considerar inteiros e parece longe o dia em que vão chegar a ser! Ficaram assim, a meio da construção, abandonados.
Aluga-se. Arrenda-se. Vende-se. Arrenda-se. Vende-se. Aluga-se.
Braga. De dia para a noite, em Dezembro.
Zonas industriais(?) em que mais de metade do número de armazéns edificados ficaram… sem nada! Em alguns daqueles armazéns já nem a placa a anunciar a sua condição existe.
Há ruas da cidade em que há muito mais placas de imobiliárias do que luzes de natal. Há ruas inteiras em que a maioria das lojas fecharam. Uma delas anunciava que era a «Casa da China».
Aluga-se. Arrenda-se. Vende-se. Arrenda-se. Vende-se. Aluga-se.
Oliveira do Hospital. Uma volta a pé com o moleskine no bolso.
A cidade do interior com os sinais do estado do resto do país. Casas que se fecharam para sempre. Lojas que fecharam. Lojas que nunca foram ocupadas. O Largo está quase sem negócios, sem nada.
Aluga-se. Arrenda-se. Vende-se. Tudo. De todos. Moradias, casas, apartamentos, lojas, quintas, cafés, restaurantes, carros….
Tudo a bom preço. A preço de saldo. Está assim o país: à venda e sem compradores. O dinheiro falta, escondeu-se, fugiu.
Folheei o moleskine, onde se guardava o apontamento em que as letras falavam do vazio da loja, cheio de papéis amarrotados e sujos. Entre os destroços podia-se ler: «Feliz Natal 2011».
(Publicado no jornal Folha do Centro, edição de 21 de Dezembro de 2012)
A dívida pública portuguesa deverá ultrapassar os 119% do PIB este ano. Em 2013, será de 123,7%.
Um país, com uma dívida deste tamanho colossal, e que gasta mais do que quase todos (valha-nos o Chipre?!) em defesa e segurança!
Um país que "usa" 1182 empresas públicas, 29 mil carros e 356 institutos públicos!
Um país que "suporta" 343 empresas municipais e 13 740 instituições dependentes da boa mesa do orçamento de estado!
Este país tem futuro?
Este país tem solução?
Em democracia, tal como a praticamos hoje, custa a creditar que seja possível, custa a escrever a palavra "sim".
Precisamos de uma ditadura? Volta a custar escrever a palavra "sim".
Podemos pedir uma ditadura suave?
(Este texto, é o começar de uma série que terá várias edições sob "a capa": «Precisamos de uma ditadura?»)
Se for verdade o que dizem os jornalistas, o Presidente do Munícipio de Oliveira do Hospital vai ter como prenda de natal os nomes dos seus adversários nas eleições autarquicas de 2013:
- Cristina Oliveira, que poderá vir a ser a primeira mulher que o PSD apresenta, em Oliveira do Hospital, como candidata a Presidente (ou «Presidenta» como reclamam Pilar (do Saramago) e Dilma (do Brasil)), e
- José Vasco Campos, que aparecerá na disputa pelo CDS-PP, depois de há quatro anos ter dado o seu nome aos Independentes.
Talvez José carlos Alexandrino não estivesse a contar com dois, mas...
Do lado das contas, podem sorrir os candidatos!
O actual executivo camarário informou que baixou a dívida em mais de 1,5 milhões de €, o que é obra!
Uma verdadeira obra, e sem cimento...
(resumo da opinião editada em ca$h resto z€ro/Rádio, sexta-feira, 14 de Dezembro de 2012, 18: 30, em rádio boa nova, 100.2 FM e radioboanova.com)
Esplanada
Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão,
agoras lês Saramagos & coisas assim
e eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.
O café agora é um banco, tu professora de liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos por andar como dantes.
(Exposição Museu Nacional de Imprensa - Porto, A Luz das Palavras, até Maio 2013.)
A solidariedade, a ajuda aos outros, a caridade digna, são causas ás quais os Portugueses respondem afirmativamente quando instados para tal.
Apesar de assim ser, e ainda bem, importa não alimentar ilusões.
O verdadeiro Banco Alimentar contra a fome não é aquele em que despejamos o nosso «kg» de caridade e consciência aliviada.
O verdadeiro Banco Alimentar contra fome é a criação de Empresas, a geração de Emprego, a oferta de trabalho.
Sem Empresas, sem Emprego, sem Trabalho, não há Banco Alimentar contra a fome... que a mate!
(Opinião editada em ca$h resto z€ro/Rádio, segunda-feira, 10 de Dezembro de 2012, 18:30, em rádio boa nova 100.2 fm e radioboanova.com)
Oscar Niemeyer morreu aos 104 anos e mesmo pertinho de chegar ás 105 primaveras.
O arquitecto das curvas que um dia disse ao mundo que nem tudo tinha que ser em linha recta.
Talvez o mais belo arquitecto do mundo, perante o qual o mundo se curvou, como bem elucida o Pritzker que recebeu em 1988.
E nunca deixou de ser um homem normal, humilde, imperfeito.
Comunista, libertário. Fumava charutos e cigarilhas, bebia o seu chopinho na esplanada onde comentava as moças bonitas.
Teve bisnetos e trinetos, e depois dos 90 e tal anos organizou o seu segundo casamento...com a secretária.
Detestava aviões, mas deixou "curvas" pelo mundo - incluindo Portugal! Trabalhava em Copacabana e construíu Brasília.
Trabalhou sempre.
Talvez "O Arquitecto" fosse uma boa inspiração para as nossas «freguesias», agora que vão ser(?) menos 1176 e vamos ter menos 20 000 autarcas.
A melhor solução nem sempre se atinge pela linha recta. Ás vezes é preciso fazer umas curvas.
Como sempre fazem falta homens da grandeza de Niemeyer.
(Opinião editada em ca$h resto z€ro/Rádio, sexta-feira, 7 de dezembro de 2012, 18:30, em rádio Boa Nova/100.2 e radioboanova.com)
Propinas no ensino secundário.
Passos Coelho diz que não disse o que disse na entrevista que deu à TVI.
O Ministro, Nuno Crato, também disse que o que Passos Coelho disse não era bem o que ele queria dizer.
O costume.
Vamos ao que é relevante.
Ter filhos, hoje, é um acto de coragem. E a coragem começa a faltar.
A população nacional envelhece de forma galopante. Em dez anos o rácio passou de 102/100 para 128/100, isto é, 128 idosos por cada 100 jovens.
Com mais uma despesa no horizonte, vai faltar ainda mais a coragem para ter filhos...
E...tudo isto cheira a um regresso ao passado em que se tinha como aquirido «que o sol quando nasce não é para todos»...
E...tudo isto transpira um desnorte total, quando todos temos presente que ainda há bem pouco tempo se aumentou o tempo da escolaridade obrigatória...
O célebre "grito" de Cavaco Silva: «deixem-me trabalhar», pode ter os dias contados, perante a força da voz indignada dos mais jovens:
- Deixem-nos estudar!
A coca-cola baixou as vendas em Portugal. Mais de 10%.
Nestes tempos de profunda ameaça de falta de tudo, as nossas defesas tendem a erguer o egoísmo como estratégia do «safa»...
Agora que se vai Dezembro(lhar) mais um mês de solidariedade, importa tirar partido da iniciativa autárquica dos orçamentos participativos e escrever o nosso contributo na linha da ajuda...aos outros.
Por instantes, sejamos comum no olhar das palavras:
Há gente que precisa. Há gente pobre, muito pobre. Há muita pobreza envergonhada, escondida.
Participe no orçamento (exemplos: em Oliveira do Hospital pode participar se tiver até 35 anos; em Matosinhos a participação é universal) e faça o seu orçamento para ajudar.
Que «ajudar-os-outros» seja a sua prenda de natal. Uma prática comum de uma utilidade incomum.
(resumo da opinião editada em ca$h resto z€ro/Rádio, sexta-feira, 30 de Novembro, 18:30 em rádio Boa nova/100.2 e radioboanova.com)
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